segunda-feira, 3 de março de 2008

Batalha da Ponte Mílvio















A Batalha da Ponte Mílvia (ou da Ponte Mílvio) teve lugar a 28 de Outubro de 312, entre os imperadores romanos Constantino I, o Grande, e Maxêncio. Com a vitória de Constantino, o rumo da Civilização Ocidental seria alterado radicalmente.
A causa subjacente da batalha era a disputa que já durava 5 anos entre Constantino e Maxêncio sobre o controle da metade ocidental do império. Apesar de Constantino ser o filho do imperador Constâncio Cloro, o sistema de poder em vigor na altura, a tetrarquia, não providenciava necessariamente uma sucessão hereditária. Quando Constâncio Cloro faleceu a 25 de Julho de 306, as tropas de seu pai proclamaram Constantino como o Augusto (28 de Outubro de 306), mas em Roma, o favorito era Maxêncio, o filho do predecessor de Constâncio Cloro, Maximiano. Ambos os homens continuaram a clamar o título desde então, apesar de uma conferência que deveria resolver a disputa ter resultado na nomeação de Maxêncio como imperador sénior, juntamente com Galerius. A Constantino foi dado o direito de manter as províncias da Britânia e na Gália , mas era oficialmente apenas um "César", ou imperador júnior.
Em 312, os dois homens estavam de novo em conflito, apesar de serem cunhados. Muito disto era por obra do pai de Maxêncio, Maximiniano, que tinha sido retirado à força do cargo de imperador em 305 por Diocleto. Maximiniano maquinou e enganou quer o próprio filho como também Constantino, tentando reaver o poder. Acabou por ser executado por Constantino em 310. Quando Galerius morreu, em 312, a luta pelo poder estava aberta. No verão de 312, Constantino reuniu as suas forças e decidiu resolver a contenda pela força.
Ele conquistou facilmente o norte da Península Itálica, e estava a menos de 15 quilômetros de Roma quando Maxêncio decidiu defrontá-lo frente à ponte Mílvio, uma ponte de pedra (ainda existente) sobre o rio Tibre, na Via Flamínia, que continua até Roma. Dominar a ponte seria crucial para Maxêncio manter o rival fora de Roma, onde o senado decidiria seguramente por quem quer que conquistasse a cidade.
Constantino, à sua chegada, compreendeu que tinha feito um erro de cálculo e que Maxêncio tinha muitos mais soldados à disposição do que ele. Algumas fontes dizem que a vantagem era de 19 para um a favor de Maxêncio, mas a proporção mais provável era de quatro para um. De qualquer forma, Constantino tinha um desafio pela frente.
No anoitecer de 27 de Outubro, quando os exércitos se preparavam para a batalha, Constantino é suposto ter uma visão quando olhava para o sol que se punha. As letras gregas XP ("Chi-Rho", as primeiras duas letras de "Cristo") entrelaçadas com uma cruz apareceram-lhe enfeitando o sol, juntamente com a inscrição "In Hoc Signo Vinces" — latim para "Sob este signo vencerás". Constantino, que era pagão na altura (apesar de sua mãe ter sido com grande probabilidade cristã), colocou o símbolo nos escudos dos seus soldados.
No dia seguinte, os dois exércitos confrontaram-se e Constantino saiu vitorioso. Já conhecido como um general hábil, Constantino começou a empurrar o exército de Maxêncio de volta ao rio Tibre e Maxêncio decidiu recuar, para defender-se mais próximo de Roma. Mas só havia uma escapatória, pela ponte, e os homens de Constantino infligiram grandes perdas no exército em fuga. Finalmente, uma ponte de barcas colocada ao lado da ponte Mílvio, pela qual muitas das tropas escapavam, sofreu o colapso, tendo os homens que ficaram na margem norte do rio Tibre sido mortos, ou feitos prisioneiros, com Maxêncio entre os mortos.
Constantino entrou em Roma pouco depois, onde foi aclamado como o único Augusto Ocidental. Ele creditou a vitória na ponte Mílvia ao Deus dos Cristãos, e ordenou o fim de todas as perseguições nos seus domínios, um passo que ele já tinha tomado na Britânia e na Gália em 306. Com o imperador como patrono, o Cristianismo, que já era muito comum no império, explodiu em popularidade.
E foi assim que a Europa se tornou cristã.


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