Gaius Julius Caesar Octavianus (63 a.C.-14 d.C.), sobrinho-neto de Júlio César, cujo assassinato se encarregou de vingar, inauguraria, mercê do seu gênio político e administrativo, uma época de esplendor e prosperidade no mundo antigo. Como Júlio César, viria a fazer parte, logo após a sua morte, do panteão dos deuses de Roma
Seu pai, Caius Octavius, foi edil e pretor em Roma e, mais tarde, procônsul na Macedônia. A mãe, Ácia, era sobrinha de Júlio César, e este, interessando-se pela carreira do sobrinho-neto, deu-lhe educação aprimorada e o adotou como filho em testamento. O herdeiro, que mais tarde seria conhecido como Augusto, mudou o seu nome para Caio Júlio César Octávio. Com tal patrocínio, a carreira política de Augusto foi fulgurante desde o início.
A 15 de Março do ano 44 a.C., Júlio César foi assassinado por um grupo de senadores republicanos que desejavam devolver o poder ao Senado.
No entanto, os assassinos de César não conseguiram restaurar a República, pois Marco António e Lépido, legados militares do falecido, controlavam o exército, e graças a esse fato puderam arrebatar o poder e submeter o Senado. De imediato, Marco António marchou com as suas tropas contra os assassinos de César, enfrentando o exército dos republicanos em Módena. O resultado da batalha manteve-se incerto, até ao ponto de os republicanos parecerem estar quase a vencer quando foram derrotados pelo jovem Octávio, com um exército recrutado com o seu próprio dinheiro.
Dois cônsules tinham morrido em combate e Octávio reclamou um dos lugares vagos (a que não tinha direito, dada sua pouca idade).; quando o Senado lho negou, marchou com os seus soldados até Roma e obrigou os senadores conceder-lhe não só o consulado, mas também poderes excepcionais, assim como o imperium, isto é, o comando militar, em 19 de Agosto de 43 a.C.. Ainda em 43, sob o pretexto de restaurar a República, impôs o segundo triunvirato de cinco anos – o primeiro tinha sido César, Pompeu e Crasso, ao qual presidiu na companhia de Marco António e Lépido, os dois antigos tribunos de César, tendo os três homens dividido entre si o governo do território do império. O triunvirato duraria oficialmente dez anos, mas a influência real de Lépido – nomeado para o cargo de Sumo Pontífice, apagar-se-ia antes do termo desse período.
Deste modo se tornava evidente a disputa entre Augusto, com o governo do Ocidente, e Marco António, com o do Oriente, pelo domínio de Roma. Em 31 a. C., Augusto declara guerra a Cleópatra, a quem o seu adversário se aliara. Com a conquista do Egito no ano seguinte, Marco António e a rainha suicidar-se-iam.
A partir de então, sem rivais a enfrentar, Augusto funda o Império Romano e pôde começar, com um talento político e organizativo ímpar, a dispor de novo as estruturas do império de tal modo que garantia para si o controlo efetivo dos poderes essenciais ao mesmo tempo que mantinha as instituições republicanas. A chave do seu poder residiu num exército fiel, capaz de fortalecer o Estado, ainda que este recurso tenha acabado por gerar um regime militarista. Augusto, formalmente, nunca se proclamou imperador. Assim, durante largos anos ostentou apenas os títulos de cônsul e tribuno, não havendo, contudo, dúvidas de que o seu poder era virtualmente ilimitado. Mais tarde assumiria também a direcção do culto religioso romano. O senado concedeu a Octávio o título de «Augustus» em 16 de Janeiro de 27 a.C., cognome religioso que consagrava sua missão como divina.
Enquanto os seus generais iam alargando os limites territoriais do império, sobretudo no continente europeu, Augusto consolidava o poder central e organizava a administração no que dizia respeito ao emprego de funcionários, à cobrança de impostos, à emissão de moeda e à manutenção da ordem pela frota e pelas legiões de Roma. Desta forma, o exercício do poder absoluto por Augusto coincidiria com uma época de paz e estabilidade interna no império (a chamada pax romana), época bem diferente do período conturbado das guerras civis que a precederam. Época áurea do império em vista da ordem social estabelecida e da extensão territorial alcançada, foi também notável pelas grandes obras realizadas (inúmeros templos foram erigidos, fez-se uma extraordinária rede de estradas) e pelas suas manifestações culturais, sobretudo no campo da literatura, em que se distinguiram autores como Virgílio, Horácio e Tito Lívio.
Morre a 19 de Agosto (Augustus em latim) em Nola, aos 76 anos.
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