sábado, 1 de março de 2008

Marco Aurélio

César Marco Aurélio Antonino Augusto (Imperator Caesar Marcus Aurelius Antoninus Augustus), nascido a 26 de Abril de 121 e falecido em 17 de Março de 180, foi Imperador de Roma desde 161 até à sua morte em 180. Nascido Marcus Annius Catilius Severus, tomou o nome de Marcus Annius Verus pelo casamento. Ao ser designado imperador mudou o nome para Marcus Aurelius Antoninus, acrescentando-lhe os títulos de Imperador, César e Augusto; «Aurelius» significa dourado, e a referência a «Antoninus» deve-se ao facto de ter sido adoptado por esse imperador.

Biografia

O seu tio Antonino Pio adoptou-o e designou-o como herdeiro em 25 de Fevereiro de 1(pouco depois de ele mesmo ter sucedido a Adriano); Marco Aurélio tinha então apenas dezassete anos de idade. Antonino, no entanto, também designou Lúcio Vero como sucessor. Quando Antonino faleceu, Marco Aurélio subiu ao trono em conjunto com Vero, na condição de serem co-imperadores (Augustos), ressalvando no entanto que a sua posição seria superior à de Vero. Os motivos que conduziram a esta divisão do poder são desconhecidos.
No entanto, esta sucessão conjunta pode muito bem ter sido motivada pelas cada vez maiores exigências militares que o Império atravessava. Durante o reinado de Marco Aurélio, as fronteiras de Roma foram constantemente atacadas por diversos povos; na Europa, Germanos tentavam penetrar na Gália, e na Ásia, os Partos renovaram os seus assaltos. Sendo necessária uma figura autoritária para guiar as tropas, e não podendo o mesmo imperador defender as duas fronteiras em simultâneo, nem tão-pouco nomear um lugar-tenente que poderia (tal como, de resto, fizeram Júlio César ou Vespasiano) usar o seu poder após uma portentosa vitória para derrubar o governo e instalar-se a si mesmo como imperador.
Assim sendo, Marco Aurélio teria resolvido a questão enviando o co-imperador Vero como comandante das legiões situadas no oriente. Vero era suficientemente forte para comandar tropas, e ao mesmo tempo já detinha parte do poder, o que certamente não o encorajava a querer derrubar Marco Aurélio. O plano deste último revelou-se um sucesso - Lúcio Vero permaneceu leal até à sua morte, em campanha, no ano 169.
De certa forma, este exercício dual do poder no início do reinado de Marco Aurélio parece uma reminiscência do sistema político da República Romana, assente na colegialidade dos cargos e impedindo que uma única pessoa tomasse conta do poder supremo - como sucedia com os cônsules, sempre nomeados em número de dois. A colegialidade do poder supremo foi reavivada mais tarde por Diocleciano, quando este estabeleceu a Tetrarquia Imperial em finais do século III.
Marco Aurélio casou-se com Faustina a Jovem, filha de Antonino Pio e da imperatriz Faustina a Velha, em 145. Durante os seus trinta anos de casamento, Faustina gerou 13filhos, entre os quais Cómodo, que se tornou imperador após Marco Aurélio, e Lucilla, a qual casou com Lúcio Vero para solidificar a sua aliança com Marco Aurélio.
Marco Aurélio faleceu em 17 de Março de 180, durante uma expedição contra os Marcomanos, que cercavam Vindobona (a actual Viena, na Áustria). As suas cinzas foram trazidas para Roma, e depositadas no mausoléu de Adriano.
Pouco anos antes de morrer, designou o seu filho Cómodo como herdeiro (o qual foi o primeiro imperador a suceder a outro por via consaguínea, e não por adopção, desde o final do século I), tendo ainda em 177 feito-o co-imperador.
No entanto, Cómodo, para além de ser egocêntrico, não estava preparado para o exercício do Poder. Por isso, muitos historiadores fazem coincidir o início do declínio de Roma com a morte de Marco Aurélio e a ascensão ao trono de Cómodo; diz-se até que a sua morte foi a morte da Pax Romana.
Pensamentos
Marco Aurélio ganhou a reputação (provavelmente exagerada pela história) de ser um filósofo estóico. Escreveu os seus Pensamentos (Meditationes) em grego, durante uma das suas campanhas, como guia para alcançar a perfeição. Os manuscritos sobreviveram e continuaram a inspirar inúmeras pessoas até aos nossos dias. Meditações, cujo título original é A mim mesmo, é um pequeno livro que condensa todo o seu pensamento. A obra se aproxima do neoplatonismo, para o qual convergiam na época todas as filosofias cristãs. Marco Aurélio ensina que o ideal a ser buscado não é somente a felicidade, mas principalmente a tranquilidade e o domínio das paixões, que se obtêm pela harmonia com a natureza e a aceitação de suas leis.

Na arte

Uma bem preservada estátua equestre de bronze deste imperador está situada na Piazza del Campidoglio, em Roma. Esta mesma estátua figura na moeda de 0,50€ italiana, desenhada por Roberto Mauri.


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Um comentário:

Ambrosius Vallin disse...

É sempre uma honra ler sobre Marco Antonino, conhecer sua vida e sua obra filosófica.