
Depois da morte de Cláudio II, o exército elegeu Aureliano - comandante do cada vez mais poderoso corpo de cavalaria autônomo instituído por Galieno - imperador. As primeiras ações de Aureliano buscaram reforçar sua posição militar nos territórios onde sua autoridade já era reconhecida: em finais de 270, fez uma campanha no Norte da Península Itálica contra os Vândalos, Jutungos, e Sármatas, que foram expulsos do território romano. Por conta destas vitórias, ele recebeu o título de Germanicus Maximus.
Em 271, no entanto, os Alamanos invadiram novamente o Norte da península, atravessando o Rio Pó, ocupando Piacenza e dirigindo-se para Fano. Aureliano, que estava na Panônia supervisionando a retirada dos Vândalos, retornou à Itália com seu exército, sendo a princípio derrotado na Batalha de Piacenza, em Janeiro de 271, derrota esta que provocou pânico em Roma. Mas depois, ele atacou o acampamento dos Alamanos, perto do Rio Metauro, derrotando-os na Batalha de Fano, e empurrando-os para o outro lado do Pó, até vencê-los, definitivamente, na Batalha de Pávia.
Regressando a Roma, Aureliano foi confrontado com uma revolta dos funcionários responsáveis pela cunhagem da moeda, os monetarii. Após suprimida a revolta, que suspeitava tivesse sido instigada pelo Senado Romano, retirou deste o direito de cunhar moeda —multiplicando, no processo, o número de oficinas de cunhagem nas províncias, o que facilitava o pagamento de soldos às tropas — e começou então a fortificar Roma com novas muralhas, cujos remanescentes ainda hoje existem.
Empreendeu depois a reorganização da fronteira danubiana, retirando para tal as legiões e populações civis da Dácia (atual Romênia), província que reformulou, geográfica e administrativamente, com a criação de uma "nova Dácia", que compreendia territórios da Mésia, da Dardânia e da Trácia (território entre o sul da atual Romênia e estreito de Dardanelos).
Em finais de 271 outro foco de problemas se lhe deparou: a questão de Palmira (Síria), cidade principal de um território que tinha proclamado a sua independência no reinado de Galieno. À sua frente estava a rainha Zenóbia, que tinha conquistado também o Egito e ameaçava avançar sobre a Ásia Menor até ao Helesponto. Aureliano conseguiu então reconquistar os territórios sírios, da Ásia Menor e também o Egito, apertando o cerco a Palmira, onde Zenóbia acabou por se render.
No ano seguinte, em 272, combateu tribos góticas no Danúbio. Em 273, encontramo-lo novamente na Síria, em Palmira, a sufocar uma segunda rebelião, repelida depois da conquista e pilhagem da cidade. Nesta altura, um outro problema se avolumava no Império: a Gália, desde 236 assolada por tribos germânicas e envolta em tumultos e rebeliões constantes. Aureliano não hesitou em procurar aniquilar o império "galo-romano" da Gália, projeto de manutenção de uma "Roma" regional começado por Póstumo e mantido por seus sucessores Mário, Victorino e Tétrico. Entre 273 e 274 não cessou Aureliano de combater este último "imperador gaulês", que acaba por vencer nas imediações de Chalons-sur-Marne. Paradoxalmente, Tétrico acabou por entregar a vitória a Aureliano - parecendo considerar que a missão de preservação regional do poder romano no Ocidente realizada por ele e seus antecessores havia perdido sentido.

Esta vitória de 274, aliada ao combate aos Francos e Alamanos na Germânia e às vitórias sobre os Godos na Mésia, facultaram a Aureliano o epíteto de "restaurador" do Império (Restitutor Orbis). Para reforçar esta política militar, Aureliano notabilizou-se também nas reformas monetárias que operou no seu reinado, introduzindo uma nova divisa em lugar da antiga - uma moeda de prata marcada com o numeral XXI (21), o que significava que 20 destas moedas continham a mesma quantidade de prata de um velho denário imperial, o que significava admitir a desvalorização anterior mas pelo menos buscava impedir desvalorizações futuras. O "novo" denário de Aureliano, no entanto, continha apenas 5% de prata. Finalmente, procurou assegurar novos fornecimentos de cereais a Roma, problema eterno na Urbe. General hábil, famoso pela sua destreza militar, robusto e com uma senso estratégico notável, faltavam-lhe, porém, sofisticação e astúcia em termos de ação política. Foi morto por um de seus antigos escravos em 275.
Fonte: Wikipédia
Um comentário:
A morte desse imperador é um mistério que a história não esclarece.
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