segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Itália












Os romanos usavam o termo Itália (Italia, em latim), durante os períodos históricos da República e do Império Romano, para referir-se ao território da Península Itálica, do Rubicão até a Calábria.

Durante a República e parte do Império, a Itália não era considerada propriamente uma província romana, e sim o território da cidade de Roma, detendo, portanto, um status especial: por exemplo, aos generais romanos era proibido entrar na Itália acompanhados de seus exércitos - foi a travessia do Rubicão por Júlio César, juntamente com suas tropas, que marcou o início da guerra civil.

O significado geográfico preciso da designação Itália variou com o tempo. Segundo Estrabão (Geographia, v 1), de início o nome indicava o território entre o Estreito de Messina e uma linha traçada entre o Golfo de Salerno e o Golfo de Taranto; posteriormente, o conceito geográfico de Itália foi ampliado de modo a incluir a Península Itálica em sua inteireza, bem como a cidade ístria de Pola (a atual Pula, na Croácia); finalmente, quando Júlio César outorgou a cidadania romana aos habitantes da Gália Transpadana (i.e., a porção da Gália Cisalpina além o Pó), a Itália passou a estender-se até os Alpes.

Com o término da Guerra Social (91–88 a.C.), Roma absorveu os aliados itálicos, com plenos direitos, na sociedade romana, atribuindo a todos os povos itálicos a cidadania romana.

No início do período do Império, a Itália era um conjunto de territórios com diferentes estatutos. Algumas cidades, chamadas municipii, gozavam de certa independência de Roma, enquanto que outras, as coloniae, haviam sido fundadas pelos próprios romanos. Em cerca de 7 d.C., César Augusto dividiu a Itália em onze regiões, conforme relata Plínio, o Velho (Naturalis Historia, iii 46):

· Regio I Latium et Campania
· Regio II Apulia et Calabria
· Regio III Lucania et Brutii
· Regio IV Samnium
· Regio V Picenum
· Regio VI Umbria et Ager Gallicus
· Regio VII Etruria
· Regio VIII Aemilia
· Regio IX Liguria
· Regio X Venetia et Histria
· Regio XI Transpadana

Esta "província" italiana foi beneficiada por Augusto e seus sucessores com a construção, dentre outras estruturas públicas, de uma extensa rede de estradas. A economia italiana floresceu, com um crescimento considerável da agricultura, da manufatura e das exportações para outras províncias. A população italiana aumentou, como demonstram os três censos de cidadãos do sexo masculino na Itália determinados por Augusto: 4.063.000 em 28 a.C., 4.233.000 em 8 a.C. e 4.937.000 em 14 d.C.. Incluídas as mulheres e crianças, a população total da Itália no século I d.C. era de cerca de 10 milhões de pessoas.
Quando a cidadania romana foi estendida a todo o Império, a Itália entrou numa trajetória de declínio, em favor de províncias mais ricas. Ademais, sofreu com os ataques bárbaros do fim do século III d.C. (V. Crise do terceiro século).

A Itália e a reorganização do Império

Diocleciano redividiu administrativamente o Império em quatro dioceses. A Diocesis Italiae ("diocese da Itália"), governada pelo Augusto do Ocidente, era por sua vez subdividida em duas áreas, cada uma repartida em territórios menores:

· Italia suburbicaria ("sob o governo de Roma")
o Tuscia et Umbria
o Valeria
o Campania et Samnium
o Apulia et Calabria
o Sicilia
o Sardinia et Corsica
· Italia annonaria, cuja capital era Mediolanum (Milão)
o Venetia et Histria
o Aemilia et Liguria
o Flaminia et Picenum
o Raetia
o Alpes Cottiae

As antigas províncias dos Alpes Poenninae e Alpes Maritimae passaram a integrar a Diocesis Galliarum.

A Itália e o fim do Império do Ocidente

Quando a ameaça bárbara se tornou mais aguda, os imperadores viram-se forçados a mudar a capital de Roma para o norte da Itália e, por vezes, para outras províncias, o que acelerou o declínio da península. Em 330 d.C., Constantino I mudou a capital do Império para Constantinopla, juntamente com a corte, a administração econômica e as estruturas militares.

Após a morte de Teodósio (395), a Itália foi atribuída ao Império Romano do Ocidente. Com as invasões bárbaras, mudou-se a capital do Império de Mediolanum (a atual Milão) para Ravena (402). Alarico, rei dos Visigodos, saqueou Roma em 403 (o primeiro saque da cidade em sete séculos). O norte da Itália foi atacado pelos Hunos e Roma foi novamente saqueada em 410.

Com os imperadores sob controle de seus generais bárbaros, o governo imperial encontrava dificuldades para impor-se na Itália. Em 476, com a deposição de Rômulo Augusto e o fim historiográfico do Império Romano do Ocidente, a Itália permaneceu unida sob o governo de Odoacro, rei dos hérulos, mas terminou por ser dividida em diversos reinos independentes e seria unificada apenas treze séculos mais tarde.

Fonte: Wikipédia


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