sábado, 1 de março de 2008

Godiano II

Godiano II, cujo nome era Marcus Antonius Gordianus Sempronianus Romanus, foi, junto com seu pai Gordiano I, imperador de Roma. Sua mãe é desconhecida. Sua irmã, que foi mãe de Gordiano III. A história oficial refere-se a ele como único herdeiro. Desde que sua idade foi estimada após sua morte, essa informação é questionada e nunca foi provada.

Nasceu aproximadamente no ano 192 d.C., e foi feito governador da Acaia e depois Cônsul. Quando Gordiano I foi nomeado Procônsul da África (província romana África, este o acompanhou a Cartago, como seu "vice" (legatus). Imediatamente após assumir o título de imperador, em Thysdrus em março de 238, elevou o próprio filho ao nível de colega, conferindo-lhe o título de Augusto. Com seu ato, Gordiano I concedeu a seu filho um poder exatamente igual ao seu, sendo um único detalhe que os diferenciava: o título religioso de Pontífice Máximo que foi mantido apenas pelo pai.

Seguindo a tradição ''pro forma'', o Senado Romano ratificou todas as nomeações, e o Império passou a ter dois imperadores.

Moedas encontradas em que figura o imperador Gordiano II o mostram com aspecto mais "robusto" que seu pai, sendo calvo e segundo a "Historia Augusta" nos diz que "... era um homem de grande corporatura, apreciador de bebidas geladas e passava o verão com grande dificuldade de adaptação ao calor.(...) Existem ainda várias obras sobre ele, escritas em prosa ou em verso que ainda são citadas por seus parentes. Segundo essas fontes, Gordiano II não era nem mal, nem bom, mas simplesmente medíocre. Dedicava-se muito aos seus próprios prazeres. (...) Completou estudos muito sérios. E não era somente de belo aspecto, mas tinha uma memória extraordinária e de bom coração(...).''

Seu tutor se chamava Sereno Sammonico, e era grande amigo de seu pai, Gordiano I, e como herança deixou ao jovem uma imensa biblioteca, que possua, segundo a ''Historiae Augustea'' um tamanho ´"estimado em 62 mil volumes.(...) Acostumado ao fausto da vida imperial, Gordiano II apreciava os jardins, as termas, os bosques. Amava as mulheres, tanto que havia vinte e duas concumbinas oficiais, com as quais teve entre 2 a 4 filhos cada uma(...)"

O historiador britânico Edward Gibbon, em um seu característico comentário, assim diz de Gordiano II:

" Vinte e duas concumbinas reconhecidas e uma biblioteca de sessenta mil volumes, que testemunhavam a variedade de seus interesses e inclinações; e pela produção que deixou para a posteridade, parece claro que tanto uma (as concumbinas) como outra (a biblioteca) eram de fato destinadas ao uso, mais que simples ostentação e aparência". Gibbon conclui dizendo que seus costumes eram menos puros que os do pai, mas seu caráter era sem dúvida amável.

Logo no início de governo, um líder militar africano, de nome Capelliano, então governador da Numídia, favorável ao partido de Massiminio (ex-imperador e de oposição a Gordiano) ameaçou invadir a cidade de Cartago. Como general de um exército preparado para batalha, com grande experiência em conflitos contra bárbaros, Capelliano dispunha de veteranos extremamente bem preparados.

Por outro lado, o jovem Gordiano II, decidido a enfrentar a ameaça, dispunha de um número maior de soldados, mas em sua grande maioria principiantes, sem experiência em combate, muitos sem armas eficazes (o historiador Erodiano cita que os homens de Gordiano tinham que buscar em suas casas as espadas, os machados ou mesmo uma lança para poder lutar com alguma coisa, sendo que mesmo os escudos de proteção eram feitos pelos próprios soldados).

Para piorar a situação, os cartagineses estavam acostumados a uma vida sem ameaças externas, após muitos anos de paz, dedicados aos prazeres de uma vida civil e eram uma presa fácil para um exército profissional como o do inimigo.

No dia da batalha, antes mesmo do ataque dos numidianos, o exército de Gordiano II abandonou o campo, seus soldados largaram suas armas e fugiram assustados. No caos da retirada, muitos foram pisoteados pelos próprios companheiros e - ainda segundo Erodiano - morreram mais soldados pisoteados do que realmente mortos por mãos inimigas. O próprio imperador perdeu a vida e seu corpo nunca foi encontrado. Seu pai se suicidou e Capelliano entrou triunfalmente em Cartago.

==Referências==

Grant Michael, Gli Imperadori Romani -Storia i segreti Newton & Compton Editori s.r.l. ROMA 2004 ISBN 88-541-0202-4

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