sábado, 1 de março de 2008

Septímio Severo

Lucius Septimius Severus (ou Septímio Severo) (11 de abril de 146 - 4 de fevereiro de 211) foi imperador romano de 193 a 211.
Com a morte de Cómodo, as legiões do Danúbio colocaram no poder o seu comandante, Septímio Severo. O novo imperador recompensou regiamente suas tropas. Desprezou o Senado e as tradições romanas, preferindo governar com o apoio do exército. No décimo ano do seu reinado (202), empreendeu uma perseguição religiosa, a qual segundo muitos historiadores eclesiásticos é a Quinta Perseguição geral.
O reescrito imperial interditava a propaganda cristã e as conversões ao cristianismo, assim como o prosetilismo judaico. Eusébio de Cesaréia dedica boa parte do seu sexto livro da História Eclesiástica mencionando essa perseguição.
Severus foi um imperador romano de origem africana, fundador da dinastia dos Severos (193-235), e o primeiro imperador romano nascido em Leptis Magna, antiga cidade situada na costa do Mediterrâneo, a leste de Tripoli, no norte da África. Chegou a Roma no início da década de 160, e iniciou sua carreira militar. Foi eleito questor em Roma (169), degrau necessário para a posterior participação no Senado, e serviu como questor provincial na Sardenha (171), região insular da Itália no Mediterrâneo Ocidental, a 200 quilômetros da Península Itálica.
Nomeado legado (173), cargo de emissário ou oficial do estado-maior, do procônsul na África, Gaio Septímio Severo, voltou a Leptis e casou-se (176) com Paccia Marciana, que morreu sem ter filhos, poucos anos mais tarde. Tornou-se pretor (177), comandante de legião na Síria (180-182) e nomeado governador da Gália Lugdunense (184), antiga região da Europa que compreendia a França, parte do território belga e oeste da Alemanha. Viúvo, casou-se (187) com Julia Domna, membro de importante família de sacerdotes de Emesa, na Síria, com a qual teve os filhos Caracalla (188) e Geta (189).
Tornou-se governador da Sicília (190), cônsul e governador da Panônia (191). Após os assassinatos de Cômodo (192) e de Pertinax (193), impôs-se pelas armas contra os partidários de Dídio Juliano e foi proclamado imperador por suas tropas, jurando vingar a morte de seu predecessor, chegando até a acrescentar Pertinax a seu próprio nome. Para combater Pescênio Niger, que havia sido proclamado imperador pelas legiões do Oriente, marchou para a Itália, encontrando pouca resistência, e, depois que a maioria do Senado o apoiou, Dídio Juliano foi morto e os pretorianos que haviam assassinado Pertinax fugiram. Tendo de enfrentar dois candidatos rivais ao trono - Niger no Oriente e Clódio Albino no Ocidente, preferiu enganar temporariamente este último associando-o ao trono enquanto dirigia-se ao Oriente para enfrentar Niger, que foi finalmente derrotado e morto em Antióquia (194), cidade do sul da Anatólia, hoje chamada Antakya. Puniu severamente as cidades e as províncias desleais - especialmente Antióquia, que perdeu parte do seu território, e Bizâncio, que continuara a resistir mesmo depois da morte de Níger, sendo tomada de assalto e saqueada - e iniciou (195) a invasão do Mesopotâmia, onde subjugou os árabes osroenes, Adiabenes e Cenitas.
Voltou a Roma (196) e marchou para Lugdunum (Lyon) para enfrentar o antes aliado Albino que, depois de violenta batalha, viu suas tropas dispersarem-se e suicidou-se. O vitorioso imperador reorganizou as províncias do noroeste e voltou para Roma, onde vingou-se dos senadores que haviam apoiado Albino, seguindo uma sua característica política: recompensar os amigos prodigamente e castigar os inimigos com severidade. Mais afeito ao campo de batalha, nomeou Caracalla imperador (197) e partiu par uma campanha vitoriosa contra os partas (198-199), em seguida visitou o Egito, onde se empenhou em extensa reforma administrativa. Mais tarde, visitou a Síria, voltando a Roma (203) para celebrar o jubileu de dez anos de governo, com a construção de um magnífico arco do triunfo e participar da celebração dos Jogos Seculares (204).
Organizou uma expedição para a Britânia (207), levando consigo a esposa e os dois filhos e lá permaneceu até sua morte (211), em York, após realizar com sucesso várias campanhas no norte, com o desejo de expandir o controle de Roma sobre toda a ilha. Preocupado com a instabilidade mental de Caracala, fez com que Geta (209) se tornasse césar, segundo posto de comando após o imperador. Seu último conselho para os filhos, em seu leito de morte, foi: "Não disputem um com o outro, dêem dinheiro aos soldados e desprezem todos os outros". Como governante demonstrou ser um sábio administrador e reformador e mantenedor da obediência às leis, porém devido ao temperamento inconstante, sua capacidade inflexível de trabalho e sua política de expansão das fronteiras do Império transformaram-no numa personagem difícil de avaliar com justiça.


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