segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Rota do Âmbar

A Rota do Âmbar é uma antiga rota de comércio que ligava o Mar do Norte e o Mar Báltico à Itália, Grécia, o Mar Negro e o Egito antes mesmo do nascimento de Jesus e durante um grande período após isto. Um componente vital aos objetos ornamentais, o âmbar era transportado por esta rota. Os principais trechos fluviais eram feitos pelo Vístula e Dniepre.




História

Trata-se de uma rota de comércio, fora do Império Romano, ao longo da qual o âmbar desde a Pré-história até os países alpinos e a Itália era negociado. Com a expansão do Império Romano até o Danúbio, provavelmente já no início do século I sob os governos de César Augusto e Tibério, ela tornou-se uma estrada romana dentro da área pertencente ao Império. O trecho romano da Rota do Âmbar pode ser encontrado nos registros da Tabula Peutingeriana (um mapa que mostra a rede de estradas do Império Romano datado do século IV). A estrada que oferecia maior segurança, no período de inverno, ligando Carnuntum, no Danúbio, a Aquileia, na Itália, era chamada de rota romana do âmbar e pertencia a rede de estradas do Império. Plínio, o Velho (23-79), descreveu como era feito o transporte do âmbar das costas do Mar Báltico até Aquileia por essa rota e desde então ela recebeu este nome.


Âmbar Báltico.



Na época dos romanos, a rota principal seguia na direção sul iniciando nas costas do Báltico, na Prússia através das terras de Boii (atual Boêmia) até chegar ao Mar Adriático. Foi encontrado âmbar do Báltico na tumba do faraó egípcio Tutankhamon e o âmbar foi enviado do Mar do Norte para o templo de Apolo em Delfos como oferenda. A partir do Mar Negro, o comércio podia seguir em direção a Ásia ao longo da Rota da Seda, outra antiga rota de comércio.

A cidade prussiana de Truso no Báltico, foi um dos principais centros de comércio; Truso ficava perto da cidade de Elbląg, próxima ao lago Druzno.

Na Escandinávia a Rota do Âmbar levou as influências do Mar Mediterrâneo para os países mais ao norte da Europa, provavelmente fazendo surgir a florescente cultura da Idade do Bronze Nórdico.


Baú recoberto com âmbar.


Trechos conhecidos por país

Europa Central

As mais curtas (e provavelmente as mais antigas) estradas evitavam as áreas alpinas e iam das costas do Mar Báltico (Estland) através da Polônia, passando pelo Portão Moraviano na República Tcheca, seguindo o rio March (Morava, para os tchecos e eslovacos) até a Baixa Áustria, cruzando o Danúbio em Carnuntum, aproximadamente 50 km a leste de Viena. Evitando os passos dos Alpes, a rota continuava de Carnuntum, passando por Scarbantia (Sopron), Savaria (Szombathely), Poetovio (Ptuj), Emona (Laibach, Ljubljana) até chegar a Aquileia na costa adriática. Entre Sopron e Szombathely, a Rota do Âmbar passa pela região central da Burgenland, (distrito de Oberpullendorf), uma área de extração de ferro celta muito importante para a indústria bélica romana. Este trecho da rota é considerado atualmente uma área de preservação. Nos séculos III e IV a rota perdeu sua função de ligação entre a Itália e Carnuntum. Desde que a rota romana do âmbar desapareceu em meio a construção de modernas rodovias, trechos dela ainda podem ser reconhecidos em fotografias aéreas nos campos de cereais recentemente arados.

Alemanha

Várias estradas ligavam o Mar do Norte (Nordsee) e Mar Báltico (Ostsee), especialmente à cidade de Ambur (atual Hamburgo) ao Passo de Brennero (Brennerpass), seguindo na direção sul para Brindisi (Brundisium) na Itália e Ambracia (Grécia).

Suíça

A região da Suíça possui um número de estradas alpinas, concentradas ao redor da cidade de Berna (Bernstein é a palavra alemã para âmbar) e provavelmente originada das margens dos rios Ródano e Reno.

Os Países Baixos

Uma pequena parte, incluindo Baarn, Barneveld, Amersfoort e Amerongen e ligando o Mar do Norte com o Baixo Reno.

Bélgica

Uma pequena parte, segue na direção sul de Antuérpia e Bruges para as cidades de Braine-l’Alleud e Braine-le-Comte, ambas com os nomes originais de "Brennia-Brenna" (latim: “Burner”). A rota continuava até o rio Mosa passando por Berna na Suíça.

França

Três estradas podem ser identificadas partindo da região chamada de Brenne até a foz do rio Loire passando por Bresse e Berna, cruzando os Alpes em direção à Suíça e Itália. Fragmentos de estradas são encontradas em Ambares (próximo a Bordéus), seguindo em direção a Béarn e utilizando os Pireneus como uma rota de comércio.


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Estradas romanas

Com os romanos, a engenharia rodoviária atingiu o ponto máximo de eficiência e aprimoramento tecnológico da antiguidade. As estradas tinham a função dupla de conquistar territórios e preservá-los. No auge do poder de Roma, foram construídos perto de 85.000km de estradas que ligavam a capital às fronteiras mais distantes do império. Irradiavam de Roma 29 grandes estradas militares, das quais a mais conhecida é a via Ápia, que se estendia por 660km. Há divergências sobre a origem dos métodos romanos de construção de estradas, mas é consenso que seus principais mestres foram etruscos do norte da Itália. Os romanos incorporaram também técnicas aprendidas de diversos outros povos, como os cartagineses, fenícios e egípcios.




As estradas romanas se caracterizavam pela solidez da construção e o traçado reto, independentemente do obstáculo que tivessem que superar. Foram construídas sobre pantanais, lagos, vales e montanhas e, por sua concepção audaciosa, despertaram a admiração dos engenheiros modernos. Modernamente, sua construção seria economicamente inviável.

A largura de uma estrada comum variava entre 2,5 e 4m -- a via Ápia chega a ter dez metros de largura em certos trechos -- e a espessura do revestimento ficava entre 1 e 1,5m, com camadas superpostas de pedra. Empregavam pedras largas e chatas na camada inferior e outras cada vez menores nas camadas subseqüentes, unidas por argamassa. Depois de dois mil anos, muitos trechos das estradas romanas continuam transitáveis.

Decadência do sistema rodoviário

No auge do Império Romano, o comércio pelas rodovias ligava as culturas da Europa, norte da África, Anatólia, China e Índia. Mas esse sistema dependia dos impérios, principalmente o romano e, com seu declínio a partir do século IV da era cristã, as rotas comerciais tornaram-se os caminhos de invasão. Praticamente todas as redes rodoviárias sofreram um processo irreversível de decadência. Por volta do século XII, renasceu o interesse pela construção e manutenção das estradas, especialmente na Europa, mas a peste negra do século XIV e as contínuas guerras entre principados interromperam novamente o processo.

Fontes: Wikipédia / Portogente.com

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