segunda-feira, 12 de abril de 2010

Pertinax

Públio Hélvio Pertinax (em latim Publius Helvius Pertinax, 1 de Agosto de 126 - 28 de Março de 193) foi proclamado imperador romano na manhã seguinte ao assassínio de Cómodo em 31 de Dezembro de 192.




A sua carreira antes de se tornar imperador, tal como está documentada na Historia Augusta, está atestada em muitos sítios por inscrições existentes. Tendo nascido em Alba, filho de um escravo liberto, Hélvio Sucesso (Helvius Successus), inicialmente trabalhou como grammaticus (ou professor de gramática), porém mais tarde decidiu encontrar um trabalho mais lucrativo e através de um patrono, ganhou uma comissão como oficial numa coorte.

Na guerra contra os partos que se seguiu, ele serviu com distinção, o que resultou numa série de promoções, e após colocações na Britânia (como tribuno militar da VI Legião Victrix) e na frente do Danúbio, serviu como procurator na Dácia. A sua carreira sofreu um percalço devido a intrigas na corte, durante o reinado de Marco Aurélio, mas em breve Pertinax seria chamado de volta para assistir Claudio Pompeiano nas guerras germânicas.

Em 175, ele recebeu a honra de servir como cônsul sufecto (suplente) e até 185, serviu como governador das províncias da Alta e Baixa Moesia, Dácia, Síria e finalmente como governador da Britânia.

Na década de 180, Pertinax tomou parte activa no Senado Romano até o Prefeito do Pretório, Perennis, o forçar a retirar-se da vida pública. Foi chamado de volta após três anos, para ir à Britânia, cujo exército se tinha entretanto amotinado. Ele tentou suprimir a revolta, mas uma legião amotinou-se e atacou a sua guarda pessoal, acreditando que estava morto. Quando recuperou, puniu os amotinados severamente, o que levou à sua crescente reputação como disciplinador. Quando, em 187, foi forçado a demitir-se, a razão dada foi que as legiões lhe eram hostis por causa do seu comando duro.
Serviu como procônsul de África em 188 - 189, e a seguir na prefeitura de Roma - com um segundo consulado (desta vez como cônsul ordinarius, tendo o imperador como colega. Estava a servir como prefeito urbano quando Cómodo foi assassinado pelos seus criados.


Moeda romana com a efígie de Pertinax.

O seu curto reinado (86 dias) não foi fácil. Pertinax tentou emular as práticas restritivas de Marco Aurélio, e fez um esforço para reformar o sistema de auxílios públicos dos alimenta, instituído por Trajano, mas deparou-se com o antagonismo de muitas partes. Escritores antigos detalharam como a Guarda Pretoriana estava à espera de um donativum generoso quando ascendeu ao trono, e quando ficaram desapontados, começaram a agitar-se até ele ter o dinheiro, através da venda das coisas e escravos de Cómodo, incluindo as suas concubinas e jovens que mantinha para satisfazer os seus prazeres sexuais. Tendo evitado à justa uma conspiração por parte de um grupo para o substituir por Falco, foi assassinado numa segunda conspiração por membros da Guarda Pretoriana.

Pertinax com certeza estava ciente do perigo que enfrentava ao assumir a púrpura, pois recusou dar títulos imperiais tanto à sua mulher como ao seu filho, protegendo-os assim das conseqüências do seu próprio assassínio.

Em 28 de Março de 193, um grupo de soldados descontentes que tinham recebido apenas metade do pagamento prometido irromperam pelo palácio e mataram Pertinax. O senador Dídio Juliano proclamou-se o novo Imperador (após ter ganho o Império num leilão), um acto que desencadeou uma breve guerra civil sobre a sucessão, guerra essa que foi ganha mais tarde por Séptimo Severo.

Após a sua entrada em Roma, Severo reconheceu Pertinax como imperador legítimo, executando os soldados que o tinham morto e não só pressionou o Senado a dar-lhe um funeral de estado como também organizou jogos durante algum tempo por ocasião dos aniversários de Pertinax e da sua ascensão ao trono.

Fonte: Wikipédia

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