segunda-feira, 12 de abril de 2010

Graciano

Flávio Graciano Augusto (Flavius Gratianus Augustus, em latim; Sirmium, 18 de abril ou 23 de maio de 359—25 de agosto de 383) foi um Imperador Romano do Ocidente de 375 a 383.


Asse romano com a efígie de Flávio Graciano.

Em 378, com a morte de Valente no campo de Adrianópolis, Graciano passou a governar também o Império Romano do Oriente, que concedeu em 19 de janeiro de 379 a Teodósio I.

Favoreceu claramente a religião cristã contra o paganismo, recusando os tradicionais atributos pagãos dos imperadores e tirando o Altar da Vitória do senado.

Vida

Era filho do imperador Valentiniano I e a primeira esposa deste, Marina Severa, nasceu na cidade de Sirmium (a atual Sremska Mitrovica, Sérvia), na então província romana de Panônia.

A 4 de agosto de 367 foi proclamado Augusto pelo seu pai. À morte de Valentiniano (17 de novembro de 375), as tropas destacadas na Panônia proclamaram imperador o seu irmão pequeno Valentiniano, que então era apenas um bebê. Valentiniano era meio-irmão de Graciano, nascido de Justina, viúva de Magnéncio e segunda esposa de Valentiniano I.

Graciano aproveitou a oportunidade; reservou para si a administração das províncias galas, enquanto pôs Itália, Ilíria e África sob o comando de Valentiniano e a sua mãe, os quais estabeleceram a sua residência em Milão. A divisão, não obstante, era meramente nominal e a autoridade real ficou por completo nas mãos de Graciano.

O Império Romano do Oriente estava sob o domínio do seu tio Valente. Em maio de 378, Graciano derrotou completamente aos lentenses, a tribo mais austral dos alamanos, na Batalha de Argentovaria, perto da atual Colmar. Esse mesmo ano, Valente encontrou a morte na batalha de Adrianópolis a 9 de agosto. Anteriormente recusara aguardar por Graciano e ao seu exército para combater juntos contra os godos; ao mesmo tempo, dois tércios do exército romano oriental caiu também.

O governo do Império de Oriente ficou em poder de Graciano, mas, ao sentir-se incapaz de resistir as incursões dos bárbaros, propôs o general hispânico Flávio Teodósio o governo da parte oriental, sendo coroado imperador de Oriente a 19 de janeiro de 379. Graciano e Teodósio limparam então os Bálcãs de invasores bárbaros.

Durante alguns anos governou o império com sucesso e energia, mas caiu gradualmente na indolência, ocupando-se nomeadamente do prazer da persecução político-religiosa e tornando-se numa ferramenta nas mãos do general franco Merobaudes e o bispo de Milão, Ambrósio.

Ao tomar ao seu serviço um corpo de alanos e aparecer em público com a vestimenta própria de um guerreiro cita, Graciano despertou o desprezo e ressentimento das tropas romanas. Um general hispânico parente de Teodósio chamado Magno Clemente Máximo Comes Britanniorum aproveitando as suas vitórias na Britânia frente aos pictos, invadiu a Gália com um grande exército. Graciano, que aguardava fazer-lhe frente em Paris, foi atraiçoado pelas suas tropas após cinco dias de escaramuças e viu-se obrigado a fugir. Porém, foi atingido em Lyon; ali foi entregue pelo governador da cidade a Andragácio, um dos generais de Máximo e assassinado a 25 de agosto de 383.

Legado

Sob a influência de Ambrósio, Graciano proibiu as cerimônias pagãs em Roma; recusou levar o título de Pontifex Maximus por o considerar incompatível com o seu Cristianismo; retirou o Altar da Vitória da Casa Senatorial em Roma, apesar dos protestos dos membros pagãos do Senado, e confiscou as suas rendas; proibiu as doações de propriedades às Vestais; e aboliu outros privilégios que possuíam os sacerdotes e sacerdotisas pagãos.

Graciano também publicou um decreto pelo qual todos os seus súditos deviam professar a fé dos bispos de Roma e de Alexandria (ou seja, a fé de Niceia). O movimento visava a poder acabar assim com o Arianismo, mas também foram proibidas outras seitas dissidentes menores, tais como os macedônios.

Fonte: Wikipédia

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