sexta-feira, 19 de março de 2010

Las Médulas - Minas de ouro Romanas

Las Médulas, próxima a cidade de Ponferrada, na Província de León, Espanha, era a mais importante mina de ouro durante o Império Romano




As Médulas foi uma antiga exploração romana de ouro a céu aberto e é hoje uma paisagem grandiosa e espetacular de formações avermelhadas e de bosques de castanheiros e carvalhos, no local que anteriormente foi ocupado pelo monte Medilianum. O sítio de As Médulas é uma das paisagens mais surpreendentes da Península Ibérica, fica na província de León, Espanha, próximo da pequena aldeia com o mesmo nome.




Foi inscrita em 1997 como um Patrimônio da Humanidade na lista da UNESCO.

História

O Imperador Caio Júlio César Otaviano Augusto invadiu a região em 25 a.C. e a mineração começou pouco depois do surgimento de Hispânia Tarraconense, uma província romana na Península Ibérica (atualmente ocupada por Portugal e Espanha) e que chegou a ocupar, no seu momento máximo, cerca de dois terços desta. No noroeste da Espanha, Las Médulas foi explorada com uma técnica hidráulica exclusiva para a época. A água foi retirada dos rios que nasciam na próxima Serra de La Cabrera por mais de dois séculos.

Ruina Montium

Ruina montium, era uma técnica que ajudava a detectar ouro graças a jorros de alta pressão, dirigidos a partir de um tanque situado até 250 m por cima da local da jazida.




Consiste em abrir cavidades e túneis numa montanha com grande quantidade de água vinda de, no mínimo, sete longos aquedutos que drenavam os rios nas montanhas próximas. Os aquedutos ainda eram utilizados mais tarde para enxaguar os gigantescos depósitos de ouro. De uma forma resumida, pode-se dizer que eles “arruinavam as montanhas”, numa tradução direta do termo Ruina Montium.

Caio Plínio Segundo, o mais importante naturalista da Antiguidade descreveu a técnica em 77 d.C.:

“O que acontece é muito além do trabalho de gigantes. As montanhas estão rasgadas com corredores e galerias feitas pelas luzes de lamparinas que duram até a troca de turnos. Por meses, os mineradores não podem vem a luz do sol e muitos deles morreram dentro dos tunéis. A esse tipo de mina tem sido da o nome de Ruina Montium. As rachaduras feitas nas entranhas das pedras são tão perigosas que seria mais fácil achar purpurina e pérolas no fundo do mar que fazer cicatrizes na rocha. Como fizemos perigosa a terra!”

A exploração do ouro em Las Médulas envolveu, durante os dois séculos de trabalho, cerca de 60 mil trabalhadores livres e trouxe aos romanos estimados 1,65 milhões de quilos do mineral.

Durante século III d.C o ouro acabou e os romanos deixaram a região completamente devastada. E como não houve mais qualquer atividade, os espetaculares traços da marcante tecnologia antiga, porém ali inventada, permanecem visíveis até hoje.

Conhecendo Las Médulas

Abandona a exploração, durante o século III d.C., a vegetação nativa foi, novamente, tomando conta do lugar.




Lá podem ser encontrados vários espécimes de carvalhos e azinheiras, mas também não raras as castanheiras, que apesar de não serem nativas da região, foram levadas pelos romanos e se adequaram bem ao solo. As formas “caprichosas” do terreno se integraram perfeitamente com a vegetação, criando um cenário muito diferenciado do que se está acostumado a ver.




Atualmente, destaca-se na fauna da região o javali (Sus scrofa), a mais conhecida espécie de porco selvagem; a corça (Capreolus capreolus), o menor cervídeo europeu, pesando entre 18 e 29 quilos e o gato-bravo (Felis silvestris), ou gato-montês, um felino bastante solitário e que pode chegar a sete quilos. Já foram avistadas mais de uma centena de espécies de aves.

Turismo

Aconselha-se vivamente a realização do percurso pedestre de cerca de 3 quilômetros que parte do centro interpretativo, na aldeia homónima, e nos conduz por entre um majestoso bosque de castanheiros e carvalhos até às minas de La Encantada e La Cuevona.




Durante o trajeto temos o privilégio de apreender em cada passada a dimensão colossal do processo de exploração aurífera que aqui ocorreu nos inícios do primeiro milénio depois de Cristo. O monte Medilianum, que ocupava esta paisagem quase extra-terrestre, foi integralmente desfeito por sucessivas enxurradas de água controladas pelos seus exploradores, armazenada metodicamente para o efeito através da captação por canais em altitude que atingiam a extensão de 300 quilómetros. Uma maravilha do engenho humano.

Fontes: Blog Viandante / Wikipédia / Mil Maravilhas

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