Nasceu no ano 100 e morreu, assassinado, em 44 a.C., ao cabo de uma carreira que fez dele o primeiro homem político de Roma. Dois anos após a sua morte ser-lhe-ia atribuído o estatuto de deus do povo romano.
A sua entrada na vida pública foi precedida por vários anos de instabilidade em Roma. O jovem César começou por se dedicar à vida militar, que sempre lhe serviria de suporte às ambições políticas. Alcançou, depois, posições de menor importância na magistratura, até que, em 69 a.C., foi eleito questor. O cargo trouxe-o à Península Ibérica, e mesmo a território que é hoje em dia português. Mais tarde, em 62 a. C., foi eleito pretor, tendo de seguida ocupado o cargo de governador, mais uma vez, na Ibéria.
Em 60, constituiu então, com Crasso e Pompeu, um triunvirato que duraria até ao ano de 56 a.C. Em 59 César foi eleito cônsul.
Para conquistar a simpatia do partido democrático, distribuiu terras aos Consulado veteranos de Pompeu e propôs que fossem dadas as terras incultas da Campânia às famílias com três filhos. Tornou-se popular e temido.
Depois de sua filha Júlia, se ter casado com Pompeu, e ter levado como seu lugar-tenente o filho de Crasso, inaugurou a conquista da Gália. Repelindo a invasão dos Helvécios e dos Germanos, apareceu entre os gauleses como um salvador. A revolta estalou com Vercingétorix, chefe arverno, que foi cercado em Alésia. Dotando o exército com uma técnica e uma disciplina nunca atingidas, dominou a Gália após nove anos de gloriosa campanha.
Na imagem: rendição de Vercingétorix (lançou aos pés de César as armas e o escudo, mas não entregou o cavalo, que considerava como fazendo parte do seu próprio corpo).
A morte de Crasso no oriente colocou frente a frente dois rivais: César e Pompeu, destruindo o que haviam prometido na Conferência de Luca de viverem em plena harmonia. O Senado, sob pressão de Pompeu, destituíra César do exército. Reuniu as suas legiões e, atravessando o Rubícão (o que era considerado como inimigo de Roma), disse a célebre frase: «Alea jacta est» (está lançada a sorte). Pompeu fugiu para a Grécia onde foi vencido na batalha de Farsália, enquanto os seus lugar-tenentes Lépido e Marco António defendiam Roma. Ptolomeu, que cortara a cabeça a Pompeu, foi destituído por César, e substituído no trono egípcio por sua irmã Cleópatra.
Do Egipto passou à Asia-Menor, resumindo na conhecida frase: «veni,vidi,vici» (cheguei, vi e venci) a sua campanha contra Farnácio, filho de Mitrídates. O Senado nomeou-o Ditador. Venceu Juba, rei da Numídia, em Tapso, que apoiava os partidários de Pompeu, e em Munda os pompeanos espanhóis. Querendo fundar um império à maneira de Alexandre, foi assassinado nos Idos de Março (15 de Março) em pleno Senado por Cássio e Bruto.
Cronologia
100 a. C. - Nascimento de César
81 – Ditadura de Sula
80 – Serviço militar na Ásia. Alegada dissidência com o rei Nicómedes IV, da Bitínia
69 – É eleito questor.
67-66 – Alia-se a Pompeu e a Crasso.
63 – Pontifex Maximus. Consulado de Cícero. Conspiração de Catilina.
62 – Foi eleito pretor
60 – Primeiro triunvirato de Pompeu, Crasso e César.
59 – Primeiro consulado de César. Casamento com Calpúrnia, filha de L. Calpúrnio Piso.
58 – Pró-cônsul da Gália Cisalpina, Ilírico e, finalmente, da Gália Transalpina. Campanhas contra os Helvécios e os Ariovistos.
57 – Campanha contra os Belgas (Nérvios)
56 – Promoção das campanhas na Britânia e na Normandia. Renovação do Primeiro Triunvirato. Campanha contra os Venetos.
55 – Renovação do pró-consulado por cinco anos. Travessia do Reno. Primeira invasão da Britânia.
54 – Segunda invasão da Britânia.
53 – Segunda travessia do Reno. Crasso é derrotado e morto pelos Partos em Carras.
52 – Revolta de Vercingétorix, derrotado na Alésia. Distúrbios em Roma. CIódio é assassinado e Pompeu eleito cônsul único.
51 – Cerco de Uxeloduno. Fim das Guerras na Gália e publicação dos Comentários de César. Os seus opositores Optimate aguardam que seja chamado a Roma.
50 – Contínuos esforços dos inimigos de César para trazê-lo a Roma a fim de ser julgado.
49 – César recebe ordens para dissolver o seu exército. Pompeu reforça a sua autoridade como ditador. A guerra civil tem início em Janeiro com a travessia do Rubicão. As forças de Pompeu capitulam em Espanha. César é eleito ditador.
48 – Segundo consulado. Pompeu derrota César em Dyrrhachium, mas é derrotado em Farsália e assassinado no Egipto. César ocupa Alexandria.
47 – Termina a Guerra de Alexandria. César derrota Fárnaces em Zela, na Ásia Menor.
46 – Terceiro consulado. Indicado para ditador por dez anos. Derrota dos correligionários de Pompeu em África. Publicação de Catão, de Cícero, e de Anticatão, de César.
45 – Os exércitos de Pompeu são derrotados na Batalha de Munda. Fim da guerra civil. Quarto consulado.
44 – Torna-se Ditador Perpétuo e é eleito para o quinto consulado. Tentativas para coroar César em Fevereiro. César é assassinado nos Idos de Março (15 de Março).
Júlio César, que desempenhara o cargo religioso de «pontifex maximus» (cargo puramente honorífico, mas de grande valor simbólico, de custódio e garante da religião oficial) foi divinizado depois de morto com o título «Divus lulios», por decreto do Senado. Descreveu as suas campanhas da Gália no seu livro: «Comentários da guerra gaulesa»; no outro seu livro «Comentários da guerra civil» narra as suas lutas com Pompeu.
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