quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Colonato

Mosaico retratando a prática da caça realizada pelos colonos romanos.

Na formação do Império Romano, a constante expansão dos territórios e a exploração da mão de obra dos escravos configuraram as bases de uma rica economia. Contudo, a partir do século III, esse sistema passou a mostrar seus primeiros sinais de colapso no momento em que as autoridades não conseguiam ampliar a quantidade de trabalhadores disponíveis. A crise do escravismo abriu caminho para transformações que reviraram a realidade economica romana.

Tradicionalmente, os escravos obtidos nas guerras promovidas contra os povos estrangeiros eram enviados para as grandes propriedades responsáveis pela produção de alimentos. Consequentemente, os produtores agrícolas e comerciantes se enriqueciam pela articulação de uma economia que abraçava as diversas regiões próximas ao Mar Mediterrâneo. A administração imperial, por sua vez, ampliava seu poderio com a arrecadação de impostos oriundos de seus imensos territórios.

Com a falta de novos escravos, o custo de produção dos alimentos começou a se elevar vertiginosamente. Dessa maneira, a economia afetou profundamente a capacidade do governo romano em ampliar seus territórios mediante a falta de recursos financeiros. Além disso, devemos considerar que a disseminação do ideário cristão foi de grande importância para que a libertação dos escravos se tornasse uma prática comum entre aqueles que eram convertidos a essa nova religião.




Tentando reverter o colapso da economia romana, muitos proprietários de terra decidiram implementar o sistema de colonato. Nesse regime, os grandes proprietários cediam parte de suas terras para pessoas pobres dos campos e das cidades. Em alguns casos, escravos também eram convertidos à condição de colonos, pois seus donos não tinham condições de sustentá-los. Em troca do lote de terras e da proteção do proprietário, os colonos deveriam ceder parte de sua produção agrícola.

O Colono

O colono é o trabalhador rural, colocado agora em uma nova situação. Nas regiões próximas à Roma a origem do colono é o antigo plebeu ou ainda o ex-escravo, enquanto nas áreas mais afastadas é normalmente o homem de origem bárbara, que, ao abandonar o nomadismo e a guerra é fixado à terra
O colono é um homem livre por não ser escravo, porém está preso à terra.




A grande propriedade passou a dividir-se em duas grandes partes, ambas trabalhadas pelo colono; uma utilizada exclusivamente pelo proprietário, a outra dividida entre os colonos. Cada colono tinha a posse de seu lote de terra, não podendo abandona-lo e nem ser expulso dele, devendo trabalhar na terra do senhor e entregar parte da produção de seu lote.

Esse visível processo de ruralização da economia romana provocou o esvaziamento dos centros urbanos e a retração das atividades comerciais. Os grandes muros e fossos das villas passavam a abrigar estes indivíduos que fugiam das incertezas da vida urbana e do irreversível esfacelamento da economia romana. O império ruía com o paulatino desaparecimento das práticas que um dia foram sinônimo de toda a riqueza que havia construído o esplendor de Roma.

.:: Mundo Educação / EAD História Florianópolis

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