Seus habitantes eram árabe-semitas durante o período pré-clássico do primeiro milênio, quando deram o nome da aldeia de Garschu. Mas tarde os romanos helenizaram o antigo nome árabe de Garschu para Gerasa, e no fim do século 19 os habitantes árabes transformaram a Gerasa romana em Jerash árabe.
As ruínas são consideradas bem preservadas e guardam marcas das diferentes civilizações que habitaram o local. Indícios apontam a existência de assentamentos humanos na região desde o Neolítico, mas a cidade em si tornou-se mais conhecida na época de Alexandre, o Grande, no século 04 a.C.
Foi sob o domínio de Roma, porém, que Jerash atingiu seu apogeu. Ela foi conquistada pelo general Pompeu em 63 a.C. Mais tarde Pompeu formaria o primeiro triunvirato ao lado de Julio César e Crasso.
Com a conquista, Jerash passou a fazer parte da província romana da Síria e tornou-se uma das Decápolis, grupo de cidades romanas de importância estratégica e comercial localizadas nos territórios atuais da Jordânia, Síria, Israel e Palestina.
Também fazem parte dessa lista cidades como Damasco e Filadélfia, atual Amã.
Viveu em Jerash um dos mais importantes matemáticos da antiguidade, Nicomachus, escritor de livros como “Teologia dos Números” ou a “Introdução à Aritmética”, que serviu de base à matemática por mais de 1000 anos.
A cidade foi invadida em 614 pelos persas, entrando em rápido declínio. Em 746, um forte sismo acabou com o resto. Depois disto apenas pequenos povoados ocuparam o local.
Redescoberta em 1806 pelo viajante alemão Ulrich Jasper Seetzen, que encontrou parte de suas ruínas, a cidade encontrava-se quase totalmente encoberta por areia, o que ajudou a sua preservação, sendo revelada através de escavações consecutivas iniciadas 1925. Suas ruínas estão localizadas numa planície cercada por morros, cujas terras férteis garantiram seu desenvolvimento. Jerash é um dos mais importantes vestígios da ocupação romana no Oriente Próximo.
A entrada é pelo Arco de Adriano, enorme estrutura construída para comemorar a visita do imperador à cidade em 129 d.C.
Logo à esquerda de quem passa pelo arco triunfal está o hipódromo, onde hoje são encenados jogos da época, incluindo corridas de carruagens a la Ben Hur.
A parte mais marcante de Jerash, porém, é a grande praça em forma oval, ou o Fórum, que lembra a Praça de São Pedro, no Vaticano, construída muitos séculos depois. Ela é ladeada por duas fileiras de colunas que levam ao Cardo Maximus, principal rua da antiga Gérasa.
Ao longo dessa via ladeada por pilares algumas estruturas se destacam, como o Nymphaeum, principal fonte da cidade, a entrada para o templo de Artemis, localizado no alto de uma colina com suas impressionantes colunas, e dois arcos monumentais sustentados em quatro pilares cada.
Destaque também para os dois anfiteatros, sendo que o maior está localizado na parte sul do sítio e é famoso por sua acústica, que pode ser comprovada pelos músicos tocadores de gaita de foles que fazem apresentações regulares. Do alto das arquibancadas há uma bela vista de todo o complexo.
Perto do teatro há ainda o templo de Zeus, que se encontra fechado para restauração, e espalhadas pelo sítio existem ruínas de igrejas bizantinas que ainda guardam parte de seus pisos de mosaico. Existem também restos de construções dos séculos 07 e 08 d.C., época do Califado Omíada, com sede em Damasco.
O Museu Arqueológico de Jerash abriga uma pequena coleção de artefatos encontrados nas escavações. Há desde capitéis e peças esculpidas em pedra a jóias de ouro, moedas, vidraria e cerâmica.
Fontes: Jornais de viagens / ANBA Agência de Notícias / Dobrar Fronteiras
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