sábado, 29 de maio de 2010

Jerash – uma jornada no tempo

Sítio histórico a 50 quilômetros da capital jordaniana reúne marcas de diferentes civilizações. Durante o Império Romano, a cidade foi uma das Decápolis, grupo de importantes centros comerciais




Seus habitantes eram árabe-semitas durante o período pré-clássico do primeiro milênio, quando deram o nome da aldeia de Garschu. Mas tarde os romanos helenizaram o antigo nome árabe de Garschu para Gerasa, e no fim do século 19 os habitantes árabes transformaram a Gerasa romana em Jerash árabe.

As ruínas são consideradas bem preservadas e guardam marcas das diferentes civilizações que habitaram o local. Indícios apontam a existência de assentamentos humanos na região desde o Neolítico, mas a cidade em si tornou-se mais conhecida na época de Alexandre, o Grande, no século 04 a.C.




Foi sob o domínio de Roma, porém, que Jerash atingiu seu apogeu. Ela foi conquistada pelo general Pompeu em 63 a.C. Mais tarde Pompeu formaria o primeiro triunvirato ao lado de Julio César e Crasso.

Com a conquista, Jerash passou a fazer parte da província romana da Síria e tornou-se uma das Decápolis, grupo de cidades romanas de importância estratégica e comercial localizadas nos territórios atuais da Jordânia, Síria, Israel e Palestina.
Também fazem parte dessa lista cidades como Damasco e Filadélfia, atual Amã.

Viveu em Jerash um dos mais importantes matemáticos da antiguidade, Nicomachus, escritor de livros como “Teologia dos Números” ou a “Introdução à Aritmética”, que serviu de base à matemática por mais de 1000 anos.

A cidade foi invadida em 614 pelos persas, entrando em rápido declínio. Em 746, um forte sismo acabou com o resto. Depois disto apenas pequenos povoados ocuparam o local.

Redescoberta em 1806 pelo viajante alemão Ulrich Jasper Seetzen, que encontrou parte de suas ruínas, a cidade encontrava-se quase totalmente encoberta por areia, o que ajudou a sua preservação, sendo revelada através de escavações consecutivas iniciadas 1925. Suas ruínas estão localizadas numa planície cercada por morros, cujas terras férteis garantiram seu desenvolvimento. Jerash é um dos mais importantes vestígios da ocupação romana no Oriente Próximo.


Arco de Adriano

A entrada é pelo Arco de Adriano, enorme estrutura construída para comemorar a visita do imperador à cidade em 129 d.C.


Hipódromo

Logo à esquerda de quem passa pelo arco triunfal está o hipódromo, onde hoje são encenados jogos da época, incluindo corridas de carruagens a la Ben Hur.


Praça Oval


Fórum


Cardo Máximo

A parte mais marcante de Jerash, porém, é a grande praça em forma oval, ou o Fórum, que lembra a Praça de São Pedro, no Vaticano, construída muitos séculos depois. Ela é ladeada por duas fileiras de colunas que levam ao Cardo Maximus, principal rua da antiga Gérasa.


Templo de Artemis

Ao longo dessa via ladeada por pilares algumas estruturas se destacam, como o Nymphaeum, principal fonte da cidade, a entrada para o templo de Artemis, localizado no alto de uma colina com suas impressionantes colunas, e dois arcos monumentais sustentados em quatro pilares cada.


Anfiteatro

Destaque também para os dois anfiteatros, sendo que o maior está localizado na parte sul do sítio e é famoso por sua acústica, que pode ser comprovada pelos músicos tocadores de gaita de foles que fazem apresentações regulares. Do alto das arquibancadas há uma bela vista de todo o complexo.

Perto do teatro há ainda o templo de Zeus, que se encontra fechado para restauração, e espalhadas pelo sítio existem ruínas de igrejas bizantinas que ainda guardam parte de seus pisos de mosaico. Existem também restos de construções dos séculos 07 e 08 d.C., época do Califado Omíada, com sede em Damasco.

O Museu Arqueológico de Jerash abriga uma pequena coleção de artefatos encontrados nas escavações. Há desde capitéis e peças esculpidas em pedra a jóias de ouro, moedas, vidraria e cerâmica.

Fontes: Jornais de viagens / ANBA Agência de Notícias / Dobrar Fronteiras


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