O governo do imperador romano Theodosius I, que conseguiu de forma temporária a reunificação efetiva do império, constituiu um momento crucial na consolidação da igreja cristã. Flavius Theodosius nasceu em Cauca, posterior Coca, Espanha, em 11 de janeiro de 347d.C.. Oriundo de família cristã, era filho de um general do imperador Valentinianus I. Entre 368 e 373 acompanhou o pai em várias campanhas. A partir de 374d.C. Theodosius I alcançou renome como comandante militar, graças às vitórias sobre os sármatas nas províncias de Panônia e Mésia, junto às margens do Danúbio. Em 379, o imperador Gratianus decidiu nomeá-lo augustus, co-imperador, e lhe confiou o Império do Oriente, submetido nos territórios balcânicos a contínuas devastações pelos povos germânicos. Convencido de que não conseguiria derrotá-los pelas armas, Theodosius I tentou dividir suas forças, para o que admitiu numerosos mercenários e generais bárbaros em seus exércitos e concedeu aos Godos o estabelecimento de um reino autônomo sob a jurisdição imperial na Mésia inferior. No aspecto religioso, o imperador era partidário da ortodoxia católica, e pelo edito de 380 a adotou como credo oficial, obrigatório para todos os súditos. Visando pôr fim às disputas teológicas e delimitar a verdadeira doutrina, convocou em 381 o Concílio de Constantinopla, cuja reafirmação da doutrina do Concílio de Nicéia sobre a consubstancialidade das três pessoas da Santíssima Trindade estabeleceu o caráter herético do arianismo e de outros movimentos similares. O assassinato de Gratianus em 383 induziu Theodosius I a intervir nos assuntos do Ocidente e quatro anos depois, após derrotar o usurpador Maximus, devolveu o trono ao meio-irmão de Gratianus, Valentinianus II. No entanto, como este fosse então de pouca idade, Theodosius I se tornou de fato o dono de todo o império. Para exercer a regência, permaneceu em Milão até 391, quando decidiu regressar a Constantinopla. Sob a influência de Santo Ambrosius, bispo de Milão, a crescente intolerância religiosa de Theodosius I, que proibiu os cultos pagãos, foi em boa medida a causa para que a morte de Valentinianus II em 392 precipitasse uma insurreição e o retórico Eugenius se proclamasse imperador do Ocidente. Theodosius I negou-se a aceitá-lo, nomeou augusto seu filho Honorius e dois anos depois derrotou seus oponentes nas proximidades de Aquiléia, Itália. Isto lhe permitiu confirmar o título de Honorius ao mesmo tempo em que nomeava seu outro filho, Arcadius, como herdeiro do Oriente, a fim de assegurar a continuidade dinástica. A inesperada morte de Theodosius I em Milão em 17 de janeiro de 395 representou o fim de seus sonhos de restabelecer a unidade do império,que logo se viu novamente dividido entre Oriente e Ocidente.
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