Récia (Raetia ou Rhaetia, em latim) era uma província romana do Império Romano, com fronteira ao leste do país dos helvécios, ao oeste de Nórica, ao sul de Vindelicia, e ao norte da Gália Cisalpina. O território da Récia se compõe de distritos onde hoje se encontram as áreas centrais e orientais da Suíça (contendo a parte alta do rio Reno e o lago de Constança), a parte sul de Lübben e o alto Danúbio, Vorarlberg, a maior parte de Tirol e uma parte da Lombardia. A borda norte da Récia era parte do Limes Germânico, se estendendo por 166 km ao longo do rio Danúbio. A Récia era ligada à Itália através dos Alpes, pelo Passo de Récia e pela Via Cláudia Augusta.
História
Pouco se sabe sobre a origem ou a história dos habitantes inciais da Récia, que aparecem em registros como uma das tribos mais poderosas e guerreiras dos Alpes. Lívio nos conta que eles tinham origem etrusca[1] (uma opinião favorecida por Niebuhr e Mommsen). Uma tradição relatada por Juniano Justino[2] e Plínio, o Velho [3] afirmava que eles eram uma parte dos povos que haviam colonizado as planícies do rio Pó e foram forçados a se mover para as montanhas pelos invasores gauleses, quando adotaram o nome de "Récios", em honra ao nome de seu líder Récio. No entanto, uma derivação mais provável é da palavra celta rait ("terra montanhosa"). Mesmo se sua origem etrusca for aceita, no tempo quando a região se tornou conhecida aos romanos, tribos celtas já tinham a possessão territorial e já haviam se misturado tanto com os habitantes originais que, por assim dizer, os récios dos tempos posteriores poderiam ser considerados como um povo celta, embora tribos não celtas (Lepontii, Euganei) estavam vivendo no meio deles.
Os récios são mencionados pela primeira vez (mas só incidentalmente) por Políbio, e pouco se é conhecido sobre eles até o final da República Romana. Todavia, há pouca dúvida de que eles retiveram sua independência até serem subjugados em 15 por Tibério e Druso.
Inicialmente a Récia formava uma província distinta, porém ao final do primeiro século A.D. Vindelicia foi adicionada a seu território. Devido a isso, Tácito (em seu livro Germania, 41) podia falar de Augusta Vindelicorum (Augsburg) como a "colônia da província de Récia". A província inteira (incluindo Vindelicia) estava inicialmente sob o comando de um prefeito militar, posteriormente sob um procurador, e não tinha um exército para defesa, tendo de confiar em suas próprias tropas nativas e milícia para proteção.
No reino de Marco Aurélio, a Récia foi governada pelo comandante da Legião III Italica. Sob Diocleciano era composta da parte da diocese do vicarius Italiae, e foi subdividida em Raetia prima e Raetia secunda (cada uma sendo uma praeses), a primeira sendo correspondente à Récia original, e a última sendo Vindelicia. A fronteira entre as duas não é claramente definida, mas pode ser descrita de forma geral como uma linha demarcada em direção ao leste a partir do lacus Brigantinus (Lago de Constança) em direção ao Oenus (Rio Inn).
Durante os últimos anos do Império Romano do Ocidente, a região estava em uma condição desolada, mas sua ocupação pelos ostrogodos no tempo de Teodorico, o Grande, que colocou-a sob a autoridade de um dux, retornou a sua antiga prosperidade até certo nível.
Economia
A terra era muito montanhosa e os habitantes, quando não estavam em expedições predatórias, sobreviviam criando gado e cortando lenha, com pouca atenção voltada à agricultura. No entanto alguns vales eram ricos e férteis, produzindo grãos e vinho, este último considerado igual aos vinhos da Itália. Augusto preferia o vinho da Récia em comparação a qualquer outro.
Comercialização considerável também era conduzida, havendo comércio de bens como piche, mel, cera e queijo.
Geografia Populacional
As principais cidades da Récia (excluindo Vindelicia) eram Tridentum (Trento) and Curia (Coira). A província também era atravessada por duas grandes linhas de estradas romanas: uma saindo de Verona na Itália e Tridentum através do Passo do Brennero (no qual o nome da tribo dos Brennii sobreviveu) em direção à Innsbruck e a partir daí até Augusta Vindelicorum (Augsburg); e a outra partindo de Brigantium (Bregenz) no Lago de Constança, passando por Coira e Chiavenna até Como e Milão.
A serra de Rätikon tem seu nome derivado de Récia (Raetia).
Fonte: Wikipédia
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